Políticas de Avaliação da Qualidade Educativa em Perspectiva Internacional

A obra Políticas de Avaliação da Qualidade Educativa em perspectiva internacional, organizada pelas professoras Andrea Karla Ferreira Nunes e Eva García Redondo, objetiva apresentar políticas educacionais de avaliação de diferentes partes do mundo a partir de seus respectivos enfoques, com destaque para as singularidades de cada região e seus principais desafios.
As discussões sobre as políticas de avaliação merecem a atenção que recebem neste trabalho; sobretudo, se considerarmos que – no cenário das experiências apresentadas na obra – a avaliação assume protagonismo nas reformas educacionais implementadas ao longo dos anos 1990 nos diferentes países. Neste contexto, a avaliação “produz mudanças nos currículos, nas metodologias de ensino, nos conceitos e práticas de formação, na gestão, nas estruturas de poder, nos modelos institucionais, nas configurações do sistema educativo, nas políticas e prioridades da pesquisa, nas noções de pertinência e responsabilidade social” (DIAS SOBRINHO, 2010, p. 195). Segundo Dias Sobrinho (2010), essas mudanças implicam transformações que afetam não apenas a educação, mas a sociedade como um todo.
A obra organizada em duas partes – denominadas de cenários – destacam reflexões acerca do movimento das políticas de avaliação da qualidade educativa na América Latina (Cenário 1) e na Europa (Cenário 2), com a intenção de conhecer as ideias e práticas que circularam e/ou circulam no contexto educacional de países dessas regiões. As discussões apresentam contribuições, no âmbito contemporâneo, para se pensar o contexto histórico, as possibilidades, os desafios na prospecção do futuro da educação e nas singularidades de cada experiência relatada.
A primeira parte da obra discute as “Políticas de avaliação da qualidade educativa na América Latina” distribuídas em quatro capítulos que relatam as experiências sistêmicas de avaliação desenvolvida no Brasil, Cuba e Colômbia, perpassando as discussões sobre qualidade e avaliação da educação nesses países.
A segunda parte da obra, intitulada “Políticas de avaliação da qualidade educativa na Europa”, também se encontra distribuída em quatro capítulos, que abordam as experiências de avaliação da Espanha, da França, da Itália e de Portugal. Nos capítulos, são discutidas as influências dos organismos internacionais, os métodos avaliativos usados nas avaliações, os testes como fins regulatórios e a avaliação da educação da infância.
A presente obra, reafirma-se a importância das discussões apresentadas, considerando a abrangência e o detalhamento adotados pelos autores dos textos. Nisso resulta a contribuição significativa das experiências relatadas para as pesquisas sobre avaliação educacional em uma perspectiva comparada. Fica o convite para que os leitores encontrem as singularidades, as possibilidades e os desafios que marcaram as políticas de avaliação do passado, do presente e que se direcionam para o futuro.

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