Turismo de base comunitária: diálogos e perspectivas

A presente obra corresponde a uma contribuição de professores e alunos do Programa de Pós-Graduação de Mestrado em Turismo (PPMTUR) do Instituto Federal de Sergipe (IFS), Campus Aracaju, e está preocupada com aspectos teóricos e práticos da gestão de Turismo de Base Comunitária (TBC), a segunda linha de pesquisa do referido programa.
A maioria dos textos apresentados é resultado de Dissertações de Mestrado defendidas no período de vigência da emergência sanitária em função da covid-19. Nesse sentido, vale ressaltar as dificuldades para a realização das práticas de campo e o esforço docente e discente para levar a cabo o trabalho e apresentá-lo em defesa pública on line, presencial ou até mesmo de forma híbrida. De uma forma ou outra, a Covid-19, que tanto impacto trouxe para o turismo mundial, afetou a prática e a produção de ideias sobre o TBC, mas a qualidade dos capítulos dessa coletânea indica que o desafio de professores e alunos do PPMTUR-IFS foi bastante recompensado.
Além da divulgação dos trabalhos defendidos no PPMTUR-IFS, ampliando assim a visibilidade do programa e ao mesmo tempo dando retorno à sociedade, o objetivo do livro é discutir o TBC, seus problemas socioambientais e seus desafios territoriais. Com exceção do capítulo sobre Vitória do Xingu, no Pará, os estudos têm como recorte espacial algumas comunidades sergipanas, do Litoral ao Sertão, passando pela região do Agreste. A título de exemplo, tem-se o Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, o assentamento Moacir Wanderley e Florestan Fernandes, além da comunidade quilombola Santa Cruz, em Brejo Grande, e a Ilha Mem de Sá, em Itaporanga d’Ajuda.
A preocupação em torno do TBC, enquanto objeto de estudo, convidou a uma série de escolhas temáticas, dentre as quais cabe destacar as seguintes: roteiros turísticos, ferramentas de gestão do turismo, saberes e fazeres da comunidade, biossegurança, campesinato, mulheres, natureza e assentamento de reforma agrária. É precisamente nesse universo temático que gravita a abordagem do TBC aqui proposta.
São inegáveis as dificuldades apresentadas pela prática do TBC, conforme indicam as realidades estudadas, todavia são variados os avanços dessa modalidade participativa de turismo. As experiências são discutidas na perspectiva de entender os desafios de um turismo que se insere em comunidades e, por meio do diálogo, do trabalho coletivo e da autogestão, abre possibilidades para a melhoria das condições de vida, da defesa de um ambiente sustentável, com proteção da natureza, valorização da identidade cultural e no ensejo da construção do desenvolvimento local.
Boa leitura a todos e todas!

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