Mística e subjetividade

Este livro é resultado do dossiê “Mística e subjetividade”, publicado na Revista Terceira Margem da Pós-Graduação em Ciência da Literatura da UFRJ. Aos textos contidos no dossiê (com revisões pontuais), acrescentamos esta introdução expandida e um ensaio de Eduardo Guerreiro Losso, anteriormente não publicado. A transformação em livro advém da confiança acerca da qualidade dos escritos, e que o formato ebook pode contribuir para publicizá-los. Este livro foi produzido com auxílio de Bolsa de Produtividade do CNPq e com a Taxa de Banca de Bolsa de Pós-Doutoramento da FAPERJ. O projeto se integra aos trabalhos do grupo de pesquisa do CNPq Apophatiké e ao GT Literatura e Sagrado da ANPOLL. Entre as publicações pregressas do grupo se encontram A mística e os místicos e Narrativas místicas. O compêndio explora as relações entre mística e subjetividade desde vários ângulos, a saber, alguns gerais como uma investigação teológica sobre a hetereologia da mística; a posição “edificante” de uma verdade em sentido extramoral em diálogo entre mística e filosofia; uma breve história da mística no liame da revisitação do pensamento de Henrique Lima Vaz; bem como as redefinições que a mística propõe à subjetividade vista por meio de estudos de casos concretos, afinal, cada texto místico é uma possibilidade de redizer, de escavar no seio de uma infraestrutura consolidada, outras possibilidades de (não) ser. Assim, os ensaios discutem obras da Antiguidade tardia (o corpus dos Padres do Deserto, O martírio de Perpétua e Felicidade), da Idade Média (O espelho das almas simples), do início da Idade Moderna (a poesia de João da Cruz, os escritos de Teresa d’Ávila), da literatura do século XX (George Bernanos, Clarice Lispector e Katherine Mansfield) e da música popular (a psicodelia dos Beatles). Heterogêneos, como o falar místico, os estudos se radicam por uma abordagem atual (o que há de reflexão ecológica em textos místicos inatuais?) ou por uma atualização do próprio presente lastreada na posição deslocada de uma escrita mística, sempre capaz de propor subjetividades outras, para falar com Foucault.

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